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Lixo Eletrônico

Lixo Eletrônico

[CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA]-LIXO ELETRÔNICO



Não precisa ser ecologista para perceber que é grande o problema do lixo criado por nós – e quem trabalha com tecnologia, que tem se obsoletado cada vez mais rápido, é responsável por um tipo específico e perigoso de lixo, caso seja descartado de maneira errada, o lixo eletrônico.

Segundo dados do Greenpeace, por ano, são produzidos até 50 milhões de toneladas desse tipo de dejeto no mundo inteiro. E o volume vem crescendo em 5% ao ano na Europa.

A questão principal não é só o espaço ocupado por esse lixo. O perigo é que a maior parte dos aparelhos eletrônicos usa em sua fabricação metais tóxicos, como mercúrio, chumbo e cádmio. “Quando um computador vai para o aterro sanitário, essas substâncias reagem com as águas da chuva e contaminam os afluentes e o solo”, alerta Tereza Cristina Carvalho, diretora do Centro de Computação Eletrônica da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Centro de Descarte e Reciclagem de Lixo.

SÓ EM 2008 FORAM VENDIDOS 12 MILHÕES DE COMPUTADORES, QUE DEVEM VIRAR SUCATA ATÉ 2013Em tese, todos os componentes do computador e monitor podem ser reciclados, inclusive as substâncias tóxicas, como o chumbo, que são reaproveitadas na confecção de novos produtos, como pigmentos e pisos cerâmicos – ou seja, além de evitar que o metal contamine o solo, também volte para a linha de produção. Isso também beneficia a natureza de outra forma, já que os minérios são reaproveitados ao invés de extraídos.

Porém, no Brasil, ainda é difícil conseguir reciclar um aparelho inteiro. Em geral, as empresas são especializadas na reutilização de apenas um tipo de material, como placas, plástico ou metais. Sendo assim, quando uma máquina chega a esses lugares, o que interessa é aproveitado e o restante tem destinação incerta – ou seja, sendo inevitável ainda o acúmulo de muita sucata.

Pensando nisso, a USP propôs inaugurar em dezembro o primeiro centro de reciclagem de lixo eletrônico – não chequei se foi inaugurado ou não. O objetivo é que esse centro faça a separação dos materiais e destine-os para as empresas especializadas, fazendo com que o mínimo de material ou nada seja descartado.

No Brasil, a destinação de aparelhos começou a ser discutida só agora, com um projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa de São Paulo e que prevê que os fabricantes, importadores e comerciantes sejam responsáveis por recolher e destinar o lixo eletrônico.

A iniciativa é válida, mas não resolve o problema, pois trata apenas de computadores, monitores e produtos magnetizados. Sistemas de rede e parques de telefonia ficaram de fora.

Para se ter uma idéia, na Europa, que está bem avançada no assunto, desde 2002, existem leis que obrigam os fabricantes a se responsabilizar por todos os eletrônicos produzidos. Além disso, só podem ser fabricados micros verdes. E para um computador ser considerado verde, ele precisa ter um sistema de economia de energia, ser produzido dentro de padrões de gestão ambiental e não ter chumbo em sua composição. No Brasil, algumas marcas já oferecem essa opção, mas o mercado ainda é muito pequeno.

É muito importante divulgar o problema e alertar os consumidores para, primeiro, nunca darem aparelhos velhos aos sucateiros, que só vão retirar as partes que podem vender, o resto jogam fora. O ideal é que os usuários comprem apenas micros verdes. Se houver a demanda, todas as empresas vão ter que se adequar.

É ECONÔMICO RECICLAR O SEU COMPUTADOR 2 A 3 VEZES ANTES DE DESCARTÁ-LO!

Mas além de comprar computadores verdes, também é econômico para você reciclar a sua máquina ao máximo. Um exemplo prático: tenho um notebook HP que foi comprado no final de 2007. Na época da compra, era top de linha.

Levei o note para a assistência técnica, troquei o HD para 250GB e troquei a memória RAM de 1 para 2G. O resultado foi excelente, a máquina está ótima e gastei pouco menos de R$ 300,00 – além de conseguir revender o meu antigo HD e placa de memória de 1GB. Eu poderia ter comprado outro notebook com a mesma configuração, mas gastaria nele pelo menos R$ 2.000,00, e talvez não conseguisse nem R$ 1.000,00 no meu note antigo. Hoje penso em fazer mais um upgrade antes de comprar um novo.

Em meio a tantos gadgets e lançamentos tecnológicos, pense antes de comprar na utilização que você dará ao gadget, pois no futuro ele também se tornará lixo tecnológico. Prefira por exemplo gadgets com multiplas funções – celular, câmera com bastante MP e MP3 player, por exemplo, mais comum no mercado que isso impossível.

SEJA UM GEEK AMIGO DA NATUREZA E DA ECONOMIA SUSTENTÁVEL. 10 DICAS BÁSICAS.
Esta lista do Greenpeace classifica as companhias, de acordo com iniciativas ligadas ao ambiente.

2) Prolongue
Você não precisa trocar de celular todos os anos ou comprar um computador com essa mesma freqüência. Quanto mais eletrônicos adquirir, maior será a quantidade de lixo eletrônico. Por isso, cuide bem de seus produtos e aprenda a evitar os constantes apelos de troca.

3) Doe
Caso seja realmente necessário comprar um novo eletrônico quando o seu ainda estiver funcionando, doe para alguém que vá usá-lo. Dessa forma, ainda é possível prolongar a vida útil do aparelho e a pessoa que recebê-lo não precisará comprar um novo.

4) Recicle
Os grandes fabricantes de eletrônicos oferecem programas de reciclagem. Antes de jogar aquele monitor estragado no lixo, entre em contato com a empresa (via internet ou central de atendimento telefônico) e pergunte onde as peças são coletadas. Muitas assistências também coletam esse material.

5) Substitua
Procure sempre fazer mais com menos. Produtos que agregam várias funções, como uma multifuncional, consomem menos energia do que cada aparelho usado separadamente. Também vale minimizar o uso de recursos ligados ao ambiente: para que imprimir, se dá para ler na tela?

6) Informe-se
O usuário de tecnologia deve ser adepto ao consumo responsável, sabendo as conseqüências que seus bens causam ao ambiente. Por isso, é importante estar atento ao assunto – somente assim será possível eliminar hábitos ruins e tomar atitudes que minimizem o impacto do lixo eletrônico.

7) Opte pelo original
As empresas que falsificam produtos não seguem políticas de preservação do ambiente ou se responsabilizam pelas peças comercializadas, depois que sua vida útil chega ao fim. Por isso, é sempre importante comprar eletrônicos originais.

8)Pague
Os produtos dos fabricantes que oferecem programas de preservação ambiental podem ser mais caros — isso porque parte dos gastos com essas iniciativas pode ser repassada para o consumidor. A diferença de preço não chega a níveis absurdos e por isso, vale a pena optar pela alternativa “verde”.

9) Economize energia
Na hora de comprar um eletrônico, opte pelo produto que consome menos energia. Além disso, o consumidor consciente deve usar fontes de energia limpa (como a solar) sempre que possível.

10) Mobilize
É importante passar informações sobre lixo eletrônico para frente, pois muitos usuários de tecnologia não se dão conta do tamanho do problema. Divulgue, mas evite aqueles discursos inflados e catastróficos dos “ecochatos”, que não são nada populares.